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Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

10 de mai. de 2011

Delírios de Outono


Delírios de outono!!! 

Quão linda apareceste aos olhos meus,
Que enxerguei paixão nos olhos teus
Mas senti que não serias minha.
Na descontração de nossa jogatina
Caí na embriaguez de minha paixão
E desferi mil beijos à Musa minha.
 
E a ressaca veio trazer
Em seu bojo chacota e desprazer
E a vergonha ofuscou a alegria
Tua imagem tão Bela e Formosa
Inefável olhar em alva roupagem
Fez-me notar o delírio que sofria.
 
Proferi mil elogios sinceros
E com seus sinceros relatos me feri
E procurei na noite o calor do cigarro.
Não pude conter meus desejos
Mil agruras sofri na ausência de teus beijos
Teu sono me causou insone dor.
 
Enraiveci com seu jeito marrento
Atendi aos teus vários desejos
E sofria a cada negação.
No olhar teu me vi refletido
Era uma sensação que já havia esquecido
Prostrar-me em louvor aos lumes da paixão.
 
Minhas mãos buscaram as tuas
E passearam em tuas costas nuas
Em nosso leito tão particular.
Meus pés roçaram os teus
Tão docemente eles se namoravam
Quanto meus olhos não deixavam de te mirar.


Uma senhora inoportuna
Trouxe consigo a má fortuna
E ela disse " eu não te mereço".
A TPM maldita trazia
Para minh'alma fria agonia
E a paixão me disse "não te conheço!".
 
E choramos às portas da festa
Depois dançamos ao nosso som,
Na rua que chamaste Amizade.
Celebramos confidentes sorrisos
Entre as caricias gentis de nossas cobertas
E as agruras indiferentes da sinceridade.
 
Tu partiste como uma Águia Branca
E pranteaste no horário do embarque
E em teu voo levantou saudades.
Entre lágrimas e beijos foi nossa despedida
Na bagagem tu levaste meu encanto
Em mim só restou toda a solidão da cidade.
 
E chorei mil vezes ao ver-te partir
E lutei nobremente pelo teu desejo
E tive febres em contato com tua pele.
A angústia me acordou e veio me consumir
Ao ser privado das delicias de teus beijos,
Ao sentir que me encantas e me feres.
 
Sei que o nosso amor é impossível,
Pois a distância há de ofuscar tal chama
E deslocar seu lume a outras identidades.
Foi só um sonho de verão intempestivo
Mas minh'alma sempre há de se iluminar
Ao reencontrar, na memória, tuas singularidades.
 
Daria tudo para fitar teu sorriso
Tocar teu rosto adormecido com dois dedos
E te chamar de feia só para te abusar.
E espero que o Destino, senhor impreciso,
Conceda-me, na correnteza do rio Vida,
Outra chance de te reencontrar.
 
Eu te dirias "eu te amo"
Tão loucamente e sem censuras
E criaria um novo mundo em tua companhia.
E tu me dirias "Meus Deus ele enlouqueceu"
Mas te dirias convicto e sem frescura
"Prefiro a paixão louca à racional melancolia!"

Um comentário:

  1. Apesar de não ser fã de rimas, elas apareceram de forma sutil, deixando o texto leve. Gostei!

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