Quem sou eu

Minha foto
Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

14 de mar. de 2012

Idília


Idília

Será que ontem sonhei
Ou fora mais que real
Minha experiência?

Foi tão visceral
Que a realidade
Se imiscui nas bordas
De uma cena surreal...

Teu corpo tão perto e tão distante
Teu beijo mais que viciante
Faz nascer um desejo adolescente
Nos quais as sociais convenções
São limitações que provocam
Os mais sensuais relampejos.

E a insônia me tomou de assalto
Um misto de medo e louco alvoroço.
Meus nervos excitados pelo toque
Beijos, mordidas e ilícitos públicos atos
Ao que respondo ambiguamente "mais"
Mas também "não mais me provoque!"

Em minha viagem pelo portal 
Do tempo potencial
Kairós decreta a eternidade
De nossos calorosos instantes.

Nos momentos em que
Teus lábios encontram os meus
E elejo o pelo, o colo e a nuca teus
Os alvos constantes do carinhos meus.

Minha camisa entreaberta
Tua mão obscena, indiscreta,
Me tatua a pele de erógenas impressões.

Os teus olhos a brilhar
Refletem como espelhos
Doces e inefáveis anseios...

Já os meus, prostrados a te mirar,
Com os teus se entretêm,
Inflamam-se de poesias e devaneios

Que vontade é essa que nasce
No seio das sociais interdições?
Que anseios ardentes florescem
Em nossas corporais composições?

Que fazem das horas
Inimigas mortais
Quando te diriges
Ao teu tão tão distante lar.

Mas nas horas que estás presente
Os segundos caem abruptamente
Tal qual água de cachoeira íngreme e bela.

Tua lembrança invade meus pensamentos
Sequestram violentamente minha atenção
Para remediar a situação só posso,
A ti doar-me por inteiro.

Devaneando
Alucino uma música singular
Que nasce em cada encontro nosso
E em prosa ou poesia pago meu resgate.

Não sei se sonho acordado
Ou se durmo em ilusória vigília
Só sei que me vejo tão abestalhado
Que nomeio a ti, cara Senhora, minha Idília.

Minha ilha privativa e particular,
Tão viva e tão singular
Que não me faz querer regressar
Ao mundo cinza e frio cotidiano.

Mescla de sonho e realidade.
Interseção entre paixão e amizade
Idília, és imagem real de carne e osso
E o fruto da minha mais viva imaginação.