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Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

15 de abr. de 2012

Pena Passional








Pena passional...

O Aedo reticente se prostra
Em sua alcova







E nada lhe vem à pena







Mas que pena?!








Essa falta de ideia pra pena!







Que inquieta se prostra reclusa
Em seu descanso habitual







E eis que ela se ouriça,







E algo sobrenatural 
A faz erguer-se...








E então,
Como que levada por mãos alheias,
Invisíveis...








Põe-se a escrever







Algo que sai do coração do poeta,







Que repousa em seu leito







Morto de saudades!








Açoitado pela distância







E pelas intempéries injustas hodiernas







De seu coração adormecido.








Com pranto aturdido pelo cansaço,







Saem, de sua pena enternecida,
Parcas palavras endereçadas
Ao seu objeto ideal







Ah! Dorminhoco escritor!








São palavras simples, complexas...







E nesse paradoxo que me encontro,
Narrando a cena, penso que, na verdade,







São palavras que existem desde tempos imemoriais.







Tão familiar e tão estranho...








“Arre! Basta de filosofias idiotas e inúteis







Dedique ao leitor o que interessa, narrador!”








A pena irrequieta e em transe







Desenha em caligrafia inefável







Singelas palavras...








Três apenas de inenarrável
Complexidade e verdade,







“Eu te amor!”


6 de abr. de 2012

Vento...


Vento...


Leva, Vento,
Leva em boa hora
O que me causa desprazer
O que se faz desnecessariamente rijo
Em cada amanhecer.

Leva minha mágoa,
Meu ciúme, minha raiva,
Leva o veneno que corrói
Minh'alma.

Leva, Vento,
A névoa que turva
Meu mais límpido pensamento.
Afasta de mim a solidez
Que me impede de sonhar alto.

Leva em seu curso, vento,
O que me impede a liberdade.
Qualquer coisa que cerceia
A fluidez do meu movimento,
Tudo aquilo que me impede
O espiritual desenvolvimento.

Vento...
Arrasta em seu turbilhão
Toda e qualquer toxina,
Toda constante e crônica dor,
Toda e qualquer frustração...

E em suave brisa matutina,
Da mais inefável primavera,
Traga cor, vida, luz e pólen.
O verde motivador da esperança...

Nutriente primordial
Para adubar meu peito
E semear a felicidade e o amor
Em meu humano coração.