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Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

20 de set. de 2011

Panegírico ao Hoje


Panegírico ao Hoje.

Andei cabisbaixo
Por várias horas, anos e dias...
Deitei meus olhos
Em sonhos inertes e sombrios.

Dirigi minha raiva contra mim
E lágrimas sangrentas escoaram
Por sob minha máscara calma e fria.

E esqueci de olhar o céu
Com minhas costas encurvadas.
E me fiz preso à terra morta
Ao invés de voar em etéreas asas.

Mas que nunca seja tarde
Para que eu diga te amo!
Que eu nunca me esqueça
Que posso sempre aprender

Ao me desprender de antigos ritos
Quando ao menos me fortalecer,
E me for possível reconhecer
E enfrentar os fóbicos mitos.

Que eu sempre me lembre
Da sinceridade do teu riso.
Que eu, hoje, me ruborize
Ao encontrar o lume dos olhos teus.

Que meu adeus
Deixe saudades em ti
E que andemos juntos
Mesmo que não estejas aqui.

Que eu chore de felicidade
Por ter estado contigo
Que eu construa minha fortaleza
No olhar e no abraço amigo.

Que os sonhos defuntos
Sejam o solo de alvas rosas
E que as horas pesarosas
Tornem-se palcos de novas belezas.

Em nosso mundo mutável,
Em verdade tudo passa.
Desejo que eu cresça com a dor minha
E que seja eterna, hodierna, a divina graça.

Que o presente, dádiva de Chronos,
Seja a tela onde nos é possível imprimir
Um texto original, simbólico, singular,
Baseado no pretérito lugar onde nasci

Subvertido nos sonhos que co-construi
No imaginário porvindouro do amanhã
E que, no real repousa, exponencialmente,
Nas teias do agora e do aqui. 

2 comentários:

  1. Perfeito e eu Adorei!
    É de uma expressão de sentidos e sentimentos que me deixam lisonjeada e emocionada de ler um poema desse nível. Curtir e divulgar esse blog, se torna uma obrigação moral e que faço com orgulho.
    Fazer parte do seu círculo de Amigos me deixa Feliz, nos faz somar Vida na roda das existências, num panegírico do Aqui e Agora e do sempre.

    Eu penso que o trecho:
    "(...) Que eu chore de felicidade/ Por ter estado contigo(...)"
    é deveras incondicional e sensível à minha singela interpretação e quão bonito isso reflete aos meus olhos.

    Parabéns Querido!

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  2. Muito bom! Seus textos nos levam pra viajar... :)

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