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Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

23 de ago. de 2011

Queda e Ascensão



Caí!
Sozinho caí!
Fui ao chão, o da realidade,
Quando o alçapão ilusório
De meu mais carente desejo
Se me fez presente 
A cobrar seu preço...

Sua aparente solidez
Evanesce ao constatar sua matéria.
Sua coesão vaporosa se desfez
Se firmando a solidão, a dor,
E a frieza insuportável da Sibéria.

Mas heis que alguém me surge
E facilmente me auxilia a levantar.
Será que era alguém real
Ou será um outrem projetado
Dos contatos introjetados
Que outrora tive?

Alguém...
Senhor em fantasia ou realidade,
Alucinação ou de carne e osso,
De verdade, alguém...

Que permeia até hoje os meus sonhos
Que se imiscui por entre vários nomes
E que assume perante mim
Morfologias diversas,
Desconhecidos sobrenomes.

Me estendeu sua mão
Rija, segura e firme,
Mãos de carpinteiro,
Que me suspendeu por inteiro
Do gélido e solitário chão.

E tive então meu corpo erguido,
Minh'alma aquecida.
O meu olhar fora vertido
Do chão ao inefável infinito.

E heis que me fora 
Mais que me soerguer do chão,
Mais que companhia ao coração
Ou qualquer equipamento
Pra me aquecer do frio...

Fora transcender a dor
Da queda derradeira.
Fora preencher uma falta
Presente a vida inteira.

Encheu-me novamente
De esperança
Tal qual criança
Tateando a vida
Que se lhe apresenta.

Parafraseando a máxima sartreana
"O inferno são os outros!"
Digo-lhes que são também
Confusa e Paradoxalmente
Nosso potencial paraíso.

Ao nos ofertar
Nosso próprio lado oculto
Ao nos convidar
Para conhecer um novo mundo

Ao nos presentear
Com a humanidade
Que afugenta o vulto
Da constante, indesejável,
Desditosa e fria companhia
Da solidão...

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