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Este é um espaço dedicado à exposição e divulgação de singelos poemas originários de um personagem fictício francês, inebriado de sonhos e embriagado com devaneios. O sobrenome de tal personagem é um trocadilho com a palavra "fantaisie" que significa devaneio em francês. Jacques é um aedo que teima em devanear por entre os não-lugares desse mundo, por sobre os valores há muito esquecidos e os sonhos que se encontram aturdidos nas malhas sócio-históricas nas quais nos encontramos. É um poeta de um mundo moderno que persiste em sua idealização idílica e fantasiosa, ora melancólica ora radiosa, sobre as intempéries do seu alucinante coração. Sem mais, espero que gostem, comentem, reclamem, sugiram e até corrijam alguns impropérios desse jovem velho cantor. Que o ar fantasiante de Jacques Fant'Aisier se faça presente a todos e que acima de tudo reine a esperança por entre a correria e pragmatismo do nosso real mundo humano. Abraços a todos os visitantes!!!

7 de jun. de 2011

Silenci-ar



Silenci-ar

Busco refúgio para a alma,
Um silêncio em meio à correria urbana,
O mutismo das múltiplas pressões
Da sofrida existência humana

O silenciar, o silêncio do ar,
A me oferecer confortável abrigo
Dos monstros, dos receios e dos perigos internos...

O silêncio que nos remete ao nada,
Ao que é inefável da vida
E que nenhuma palavra o pode expressar
E que os sentimentos só o podem levemente tocar
Uma ínfima nesga de seu sublime infinito.

O indecifrável, complexo, singelo e bonito,
Maestro formidável de maviosas melodias.
O motor da voz que se finda e se inicia,
O catalisador das mais puras expressões divinas.

O silêncio do mundo que habita em mim
O gérmen fecundo de um eu
Que reverbera ao som de outras vozes

Pois, quando a plenitude se evanesceu,
Por fim, meu ruído teve um sentido
Repleto do vazio essencial que,
A um novo ser desejante, gera...

Criatura enredada no resmungar
De minha última Quimera...
E eis que se faz presente
A tua voz ausente
Que a meus gritos vem silenciar.

Um comentário:

  1. Simplesmente adorei!

    Me senti na frente do espelho (bendita transferência) lendo este texto, principalmente, um trechinho...

    "...O silêncio que nos remete ao nada,
    Ao que é inefável da vida
    E que nenhuma palavra o pode expressar..."

    Daqui uns dias me convenço de postar os meus também..rs.

    Beijo querido. ;)

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