"Mais uma dose de amor!”
Somente nas bordas do impossível
Nos é possível tão grandemente amar.
Das malhas da realidade horrível
Nos sonhos posso me refugiar.
E nos meus sonhos
Você sempre está lá
Nos meus sonhos tristonhos
Tua ausência presente está.
Vejo-me em devaneio
Exagerados, irreais, utópicos demais.
Deixo-me voar sem freios
Nas névoas do passado que não volta mais.
Eu, triste miserável,
Desprovido da Fortuna que tu tens
Ao contemplar-te sinto-me vivo.
Faço-me herói de um drama inefável
Sendo mendigo desprovido de raros bens
E das migalhas de tua imagem sobrevivo.
Eu, que confesso aos pés teus
Os parcos adornos do coração meu
E declaro-me inebriado pela paixão.
Deixa-me presentear-te com o mais belo presente
Permitas que o amor sutil e docemente
Seja expresso nos versos dessa canção.
Eu, antes mendigo,
Faço-me agora um cantor
De algo, que nem sei como digo,
Que ninguém consegue definir direito, o Amor...
Tal Divindade
Singular e de complexa natureza
Me fez a bondade
De atravessar minha narcísica fortaleza,
Séria e fria, é bem verdade,
E trouxe consigo etérea beleza
E encheu minh'alma de felicidade.
Dizem que tudo isso é ilusão
Mas estou farto das cinzas realidades
Descritas tediosamente pela senhora Razão.
Faço mil elogios às passionais insanidades
E aqueço eternamente minh'alma de paixão.
Sou ainda um mero cantor
E canto como um mendigo
Que suspira, nas esquinas da vida, delirante
Que emite um inaudito singelo gemido,
Medigando por ínfima dose de raro amor,
Por teu olhar a iluminar minha vida carente.
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