Deitado em minha cama
Insone, saudoso e triste
Penso em você...
E então eis que esse pensamento
Enche-me de um mágico contentamento
Dos instantes em que estive com você...
O guarda da memória,
Dizem que ele se chama Desejo,
Para me consolar, concedeu-me a inefável glória
De me fazer lembrar de nosso primeiro beijo.
Foi um beijo envergonhado
Meigo, lento, doce e saboroso.
Em mil versos foi fantasticamente criado
O real foi melhor que o ideal, surreal e gostoso.
Nossos três encontros à inglesa
Pontuais, cômicos e comedidos.
Nossas entrevistas e saídas à francesa
Vários temas em mil detalhes esclarecidos.
As conversas infindáveis
Filosofias baratas e banalidades
As trocas de olhares inefáveis
A sincronia de nossas excentricidades.
O primeiro beijo no terceiro encontro,
A vontade marcante de querer revê-la.
O nosso contexto, distância e desencontro,
Só aumentaram a vontade de, em meus braços, tê-la.
Nossa noite de amor
Também teve que esperar.
Com trocentas visitas, não rolou,
Que enorme desejo precisamos segurar.
Temos todos os pré-requisitos de intensa paixão:
Luar, poemas, velas, incenso, olhar!
Quando nos tocamos, faíscas se formam pela excitação
Com a saudade e a distância a nos torturar.
Amo-te imensamente
E a cada dia mais ainda.
É uma paixão incandescente
È fogo que arde e que não finda...