Silenci-ar
Busco refúgio para a alma,
Um silêncio em meio à correria urbana,
O mutismo das múltiplas pressões
Da sofrida existência humana
O silenciar, o silêncio do ar,
A me oferecer confortável abrigo
Dos monstros, dos receios e dos perigos internos...
O silêncio que nos remete ao nada,
Ao que é inefável da vida
E que nenhuma palavra o pode expressar
E que os sentimentos só o podem levemente tocar
Uma ínfima nesga de seu sublime infinito.
O indecifrável, complexo, singelo e bonito,
Maestro formidável de maviosas melodias.
O motor da voz que se finda e se inicia,
O catalisador das mais puras expressões divinas.
O silêncio do mundo que habita em mim
O gérmen fecundo de um eu
Que reverbera ao som de outras vozes
Pois, quando a plenitude se evanesceu,
Por fim, meu ruído teve um sentido
Repleto do vazio essencial que,
A um novo ser desejante, gera...
Criatura enredada no resmungar
De minha última Quimera...
E eis que se faz presente
A tua voz ausente
Que a meus gritos vem silenciar.
Simplesmente adorei!
ResponderExcluirMe senti na frente do espelho (bendita transferência) lendo este texto, principalmente, um trechinho...
"...O silêncio que nos remete ao nada,
Ao que é inefável da vida
E que nenhuma palavra o pode expressar..."
Daqui uns dias me convenço de postar os meus também..rs.
Beijo querido. ;)