Folie d'amour...
Em meus devaneios,
Isento de razão, contrario
As leis do tempo e do espaço...
E mais de um crime
Cometo nesse ato
Ilícito, tradicional,
Em passional motivação.
E deturpo as regras de Chronos
Declaro ignóbil Descartes!
Ao tornar aeternu no presente meu
O passado em que estamos a sós...
Eu elejo primordial Kairós
E a todo instante só vejo
No tempo, o potencial e a eternidade
Da oportunidade de, em meus braços, tê-la.
Em cenas gravadas na memória
Dos mais despudorados "amassos"
Dos quais os beijos são singelas pistas
De mais que sutis encontros:
Ausências de fôlegos e o florescer
Dos mais ardentes e sensuais desejos.
E meu foco se perde
Por longos, intermináveis, instantes...
Minha atenção se evanesce
Numa frequência constante.
E recrio nossos laços
Em íntimos contatos
Proibidos ao público.
Onde o desejo impõe sua lei
E toda razão embriagada
Repousa abstinente
Sem minha dose de você.
Quimicamente dependente,
Psicopatologicamente
Diagnosticado paciente do
"Estado de loucura de amor"
"Folie d'amour"
A transtornar-me gravemente.
Aturdido pela flecha de Eros
Alucino, deliro e agonizo impaciente.
Vem! me livra dessa loucura
Me mostra que tal ardente ventura
É algo que comigo compartilhas,
Oh! Inefável princesa do meu desejo.
Sede meu remédio a recompor-me a razão
E de tais sintomas vem promover a remissão,
Pois em ti florescem os ingredientes principais
Do único solo que me acalma, reanima e me asila:
Teu coração!
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